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quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Análise

Há quem diga que a tendência é melhorar conforme vamos avançando a idade. Parece que sou uma exceção à regra.
Hoje, no auge dos meus 20 anos - quando digo isso, digo na intenção de que ele está chegando a fim e que não há mais nada para ser vivido nessa idade. Pelo menos até o fim do dia -, percebo que minha vida é uma tremenda catástrofe. Sem dramas. Apenas a verdade.

É difícil remar contra a maré sozinho. Tudo isso parece pessoal demais pra ser exposto dessa forma num lugar tão publico como esse, mas é que as minhas opções no momento são curtas, visto que não posso com quem contar. Nem pra onde fugir.

As coisas tem sido mais intensas nos últimos meses. Ninguém na minha idade tem uma relação saudável com suas mães, e comigo não é diferente. Parece que a cada dia mais deixo de gostar da minha. Ela tem umas atitudes que realmente me fazem querer terminar tudo por aqui. Agora que ela sismou de voltar com o meu pai - não que isso seja ruim, a economia não está fácil, talvez seja esse o motivo. Gastar menos parece uma boa opção -, não tenho mais pra onde fugir. Pra onde correr. Pra onde me esconder.
Minha vida parece uma caixa. Uma caixa que vai se apertando a cada dia que passa. Minha mente está a ponto de explodir.
Sei que não parece muito, mas cada um processa as coisas de diferentes modos. Não consigo processar muito bem cada coisa. Faculdade, emprego - a falta -,crise existencial, problemas familiares, dividas, sonhos frustados. Tudo isso parece tão pouco. Tão bobo. Tão pequeno. Mas acabam fazendo um estrago enorme. E eu ainda achava que 2014 tinha sido o pior ano da minha vida.

***

Vida... uma coisa tão frágil. Uma linha tão fina.
Não quero desapontar ninguém, sabe. Mas é difícil se manter são. É difícil ter que enfrentar tudo isso. Não sei por quanto tempo vou aguentar meus 21. Não quero parecer fraco. Não quero ser fraco.
As vezes paro e penso, "se a Rae consegue, você consegue". Mas ai volto a lembrar que a Rae não é real, mas a sua intensão transmitida através da mensagem é.
Por mais que eu queira por um fim nisso tudo, acho que sou fraco demais pra fazer. Talvez eu não tenha dado à devida atenção as coisas simples e nem aprendido a ignorar o que me puxa pra baixo.
Queria conversar com alguém sobre isso. Mas nem isso posso fazer. Já fico logo pensando no que a pessoa vai pensar de mim. Nem pro twitter posso mais correr.

***

Fiquei aqui, por uns segundos pensando. Eu faria isso. Sei que tenho coragem. Sei que consigo. Agora mesmo tô me segurando pra não chorar. Ultimamente isso tem acontecido com um pouco de frequência. Sinto que estou pronto, mas não é a hora certa.

Ontem (29), me peguei observando o quanto a vida das meninas eram fantásticas enquanto esperava na fila do caixa no mercado. No quanto queria viver preso naquele momento pra sempre. No quanto queria que aquela fila nunca terminasse, que elas não terminassem de pegar as coisas que tinham que comprar. No quanto seria incrível se morássemos nós quatro juntos, e no quanto seria divertido não ter que pensar em todos os problemas e ir fazer compras no mercados juntos. Mas infelizmente foi só um momento, a fila terminou e eu não me senti mais parte das três. Tive que voltar pra realidade. Voltar pra casa.

Peguei o caminho mais longo e demorei o máximo que podia. Peguei o 22h40, porque sabia que ia chegar em Guapi depois das 00h30. Todos os dias tem sido assim. Não quero chegar cedo em casa, e quando posso, saio bem antes do que tenho que sair.

Se eu pudesse pelo menos...