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sexta-feira, 10 de junho de 2016

Panorama

Já se passaram 6 meses desde que saí de casa…

E a verdade é, que apesar de sentir falta dos meus amigos, de sair pra tomar açaí e não ter que pagar passagem pra cortar o cabelo, não sinto saudade nenhuma de “casa”.
Bom, se você chegou agora e não sabe o que tá acontecendo, eu te explico:

Na véspera de Natal do ano passado discuti com a pessoa que me colocou no mundo — e que antes até poderia chamar de mãe, mas mães não fazem o que ela fez.
Depois dessa breve discussão — que ocorreu por causa de uma outra discussão que eu tive com a pessoa que antes até poderia chamar de irmã, mas irmãs não agem do jeito que ela agiu —, ela me ameaçou expulsar de casa. Vamos deixar bem claro nesse ponto que eu sou o tipo de pessoa que não vive sob ameaças, e não seria dessa vez que viveria sob uma segunda. Se quiser entender melhor esse caso familiar complicado, sugiro que clique nesse link.


Então saí de casa.
Saí porque passei a minha vida inteira sofrendo por ser homossexual, e foi difícil falar sobre isso abertamente com as duas pessoas que eu mais prezava na minha vida, e o mínimo que eu esperava em troca era um pouco de consideração e apoio.
Mas não foi o que aconteceu.
Ao invés disso sofri todo o tipo de xingamentos possíveis, desde viado à coisas que prefiro nem comentar aqui.
Pessoas que dizem que te ama não fazem esse tipo de coisa com você. Não te maltratam. Não te ofendem e muito menos não te mandam embora de casa por conta da sua opção sexual. E foi exatamente isso, foi exatamente o oposto disso que aconteceu comigo.


Existe uma situação difícil pra toda pessoa homossexual.
A primeira é se aceitar, a segunda é fazer com que sua família te aceite, depois vem a aceitação das outras pessoas e por último ainda tem o medo de não se sentir amado e morrer sozinho. Imaginem o quanto isso é difícil. Em nenhum momento minha “mãe” pensou nisso antes de me mandar ir embora. Em nenhum momento minha “irmã” pensou nisso antes de cagar pela boca toda aquela merda homofóbica que ela atirou em mim. Em nenhum momento minha “mãe” pensou em me defender e me apoiar, pelo contrário, ela ainda fez pior, foi até a casa da família do meu pai e contou pra todo mundo o quão “gay” eu era, com o objetivo de fazer com que os outros sentissem de mim a mesma raiva que ela sente.
Mas isso não adiantou, em todo o momento até agora a família do meu pai tem sido mais do que atenciosa, tem me apoiado de verdade, logo eles que eu achava que nunca iria me aceitar do jeito que sou.


Todos esses acontecimentos me levam a esse panorama que estou tendo agora 6 meses depois. 6 longos meses sendo privado dos meus amigos. 6 longos meses vivendo um empasse entre ter que escolher se continuo ou não na faculdade. 6 longos meses em que fui forçado a crescer e me tornar mais homem do que eu jamais fui. O que me leva a conclusão de que sou mais homem do que aquilo que minha “mãe” queria que fosse… do que aquilo que ela achava que eu iria ser.

Muitos podem estar pensando nesse momento que sou uma pessoa sem coração por não dar a mínima por não me importar com o fato da minha “irmã” ter tido um câncer, mas a verdade é que não me importei nem quando minha “mãe” teve um — ambos benigno.
Não sou o tipo de pessoa que acha que qualquer um pode morrer de câncer, ainda mais um que é 100% curável. Me preocupar com coisas desse tipo não é comigo, ainda mais quando não há com o que se preocupar.
Agora, tentar usar isso pra cobrir toda a homofobia, raiva e insultos não justificam os danos causados e os sentimentos feridos. Ainda mais quando agem de má fé, não só uma ou duas, mais sim três vezes.


Tenho sofrido com isso à mais de 1 ano e sinceramente acho que não serei capaz de perdoar essas pessoas que me fizeram tão mal, e que esperam que eu volte rastejando pedindo desculpas por algo que não fiz, pelo contrário. Conheço muito bem o ninho de cobras em que fui criado. E se as pessoas não conseguem me amar pelo que sou de verdade, então elas não merecem nada de mim.
Nem meu amor.
Nem minha compaixão.
Nem minha piedade.
Nem minha preocupação.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Análise

Há quem diga que a tendência é melhorar conforme vamos avançando a idade. Parece que sou uma exceção à regra.
Hoje, no auge dos meus 20 anos - quando digo isso, digo na intenção de que ele está chegando a fim e que não há mais nada para ser vivido nessa idade. Pelo menos até o fim do dia -, percebo que minha vida é uma tremenda catástrofe. Sem dramas. Apenas a verdade.

É difícil remar contra a maré sozinho. Tudo isso parece pessoal demais pra ser exposto dessa forma num lugar tão publico como esse, mas é que as minhas opções no momento são curtas, visto que não posso com quem contar. Nem pra onde fugir.

As coisas tem sido mais intensas nos últimos meses. Ninguém na minha idade tem uma relação saudável com suas mães, e comigo não é diferente. Parece que a cada dia mais deixo de gostar da minha. Ela tem umas atitudes que realmente me fazem querer terminar tudo por aqui. Agora que ela sismou de voltar com o meu pai - não que isso seja ruim, a economia não está fácil, talvez seja esse o motivo. Gastar menos parece uma boa opção -, não tenho mais pra onde fugir. Pra onde correr. Pra onde me esconder.
Minha vida parece uma caixa. Uma caixa que vai se apertando a cada dia que passa. Minha mente está a ponto de explodir.
Sei que não parece muito, mas cada um processa as coisas de diferentes modos. Não consigo processar muito bem cada coisa. Faculdade, emprego - a falta -,crise existencial, problemas familiares, dividas, sonhos frustados. Tudo isso parece tão pouco. Tão bobo. Tão pequeno. Mas acabam fazendo um estrago enorme. E eu ainda achava que 2014 tinha sido o pior ano da minha vida.

***

Vida... uma coisa tão frágil. Uma linha tão fina.
Não quero desapontar ninguém, sabe. Mas é difícil se manter são. É difícil ter que enfrentar tudo isso. Não sei por quanto tempo vou aguentar meus 21. Não quero parecer fraco. Não quero ser fraco.
As vezes paro e penso, "se a Rae consegue, você consegue". Mas ai volto a lembrar que a Rae não é real, mas a sua intensão transmitida através da mensagem é.
Por mais que eu queira por um fim nisso tudo, acho que sou fraco demais pra fazer. Talvez eu não tenha dado à devida atenção as coisas simples e nem aprendido a ignorar o que me puxa pra baixo.
Queria conversar com alguém sobre isso. Mas nem isso posso fazer. Já fico logo pensando no que a pessoa vai pensar de mim. Nem pro twitter posso mais correr.

***

Fiquei aqui, por uns segundos pensando. Eu faria isso. Sei que tenho coragem. Sei que consigo. Agora mesmo tô me segurando pra não chorar. Ultimamente isso tem acontecido com um pouco de frequência. Sinto que estou pronto, mas não é a hora certa.

Ontem (29), me peguei observando o quanto a vida das meninas eram fantásticas enquanto esperava na fila do caixa no mercado. No quanto queria viver preso naquele momento pra sempre. No quanto queria que aquela fila nunca terminasse, que elas não terminassem de pegar as coisas que tinham que comprar. No quanto seria incrível se morássemos nós quatro juntos, e no quanto seria divertido não ter que pensar em todos os problemas e ir fazer compras no mercados juntos. Mas infelizmente foi só um momento, a fila terminou e eu não me senti mais parte das três. Tive que voltar pra realidade. Voltar pra casa.

Peguei o caminho mais longo e demorei o máximo que podia. Peguei o 22h40, porque sabia que ia chegar em Guapi depois das 00h30. Todos os dias tem sido assim. Não quero chegar cedo em casa, e quando posso, saio bem antes do que tenho que sair.

Se eu pudesse pelo menos...

domingo, 13 de setembro de 2015

Mudança

E aí blogueiros, sou eu, o Garoto na Estrada.
Aconteceu uma coisa incrível. Minha mãe está na fossa... de novo pra variar.
Parece que agora ela sismou de ir todo final de semana para casa da minha avó, e se isso não é estar na fossa, sinceramente não sei o que é. Primeiro por ser Suruí e segundo porque isso pode resultar no remember com meu pai. Já imaginaram essa possibilidade? Isso seria definitivamente uma tragédia.
Nunca falei do meu pai aqui, mas acreditem, não é algo que valha a pena comentar.

O pior nem é isso, é que toda essa questão de ir muito pra casa da minha avó, depois da morte do meu avô, pode fazer com que nosso próximo destino seja Suruí. Odeio ter que pensar naquele lugar como um possível local pra mudança. Realmente não tem como sair de Guapimirim pr'aquele fim de mundo, ainda mais morando com meu pai.

Ainda não falei aqui, mas em poucos meses vamos nos mudar, não sei pra onde, tudo é muito incerto ainda e nem sei porque essa ideia de mudança surgiu.
Espero sinceramente que os próximos capítulos dessa história super emocionante não me levem a um suicídio causado por desgosto.

Continuem lendo meu diário sobre a vida de um jovem cigano. Estarei aqui, o mesmo de sempre, e quem sabe futuramente em um CEP diferente.


The Real Thing - Sara Overall ♪

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

CCBB, Livro e Chuva


Uma pequena observação sobre esse, que foi, o pior dia da minha vida.


O que poderia ser possivelmente pior do que em apenas um dia perder um livro, não conseguir ir ao último dia de uma exposição super importante e lidar com o fato do mundo estar desabando em águas por toda cidade? Eu lhes respondo meus caros, NADA. Nada poderia ser pior que isso.



Vamos começar pelo fato de eu ter tido um surto por não conseguir encontrar meu livro, depois de ter enfrentado a difícil decisão de que livro deveria começar depois que terminei Mathilda Savitch - caso sobre qual vou lhes contar em outro post, porque esse livro apareceu na minha vida no momento certo e na hora em que mais precisava. E quando finalmente consegui decidir que iria começar "O Exorcista", não consegui encontrar ele na estante. (oi?)
Isso mesmo, meu livro havia DESAPARECIDO. Surtei e comecei a procurar a casa INTEIRA, e não consegui achar. Dai comecei a pensar que poderia estar na casa do meu pai, e foi quando lembrei que NUNCA tinha levado esse livro pra lá.



Mas ai vocês devem estar pensando "ah, mas pra que tanto drama? Ninguém surta por um livro!".
Errado!
Eu surto!
Ainda mais quando esse livro é uma edição especial de 40 anos do mesmo, ter sido um presente e ter sido um dos livros mais caros que já tive até hoje. E o que doía mais no momento em que eu achava que tinha perdido meu livro, era o fato de NUNCA ter se quer lido.

Ai foi quando veio a surpresa e descobri que minha irmã - falei do meu relacionamento com ela no post anterior, atualize-se e siga em frente - tinha pego meu livro e esquecido na casa do "amado" namorado dela. Esquecido meu livro numa casa cercada por fumantes. Uma casa em que meu livro, com cheiro de novo e que eu nunca tinha lido, seria totalmente consumido pelo fedor do cigarro. Foi ai que surtei mais ainda. Primeiro pelo fato de ela não ter me pedido e segundo por ela ter emprestado meu livro pro namorado dela - ela realmente acha que eu sou idiota e cai na historinha dela de que ela "pegou emprestado pra ler e sem querer esqueceu na casa dele". Porra nenhuma.

Mas essa nem se quer foi a gota "d'água" do dia.
Um temporal horrendo inundou como um dilúvio TODO O RIO DE JANEIRO, o que atrapalhou todo o meu plano de ir assistir o último dia da exposição "Picasso e a Modernidade Espanhola" no CCBB, que tinha seu último dia HOJE.
Isso mesmo, HOJE era o último dia.

Tudo bem que a expo começou em Junho e ia até hoje. Vocês com certeza devem estar pensando "por que ele não foi antes?".

Pois bem, lembram-se quando eu estava num inferno chamado Contax? Então, esse mesmo inferno, junto com a vida corrida na faculdade e a difícil condição de ter que enfrentar diariamente o trânsito caótico de Guapimirim até Niterói foram um dos principais motivos pr'eu não ter conseguido ir assistir a expo. Ou seja: O PIOR DIA DA MINHA VIDA.

Terminei meu dia em casa, dormindo e vindo blogar um pouco. Que dor no coração.

PS: #BetterLover com certeza melhorou meu dia, porque essa música é maravilhosa e a Foxes sabe como me surpreender.

Irmãos! Irmãos?

Existe uma linha tênue quando se trata de laços sanguíneos que definem ou não o grau de parentesco com sua família.


E comigo não seria diferente.
Como todos que possuí rede social devem saber, no dia 05 desse mês foi dia dos irmãos. Mas o que pouca gente sabe é que nesses últimos meses tenho enfrentado sérios problemas com a minha. Nosso relacionamento não é mais o mesmo e sinto que a cada dia que passa ele fica mais longe de ser.

Acho que quanto mais amadurecemos, acabamos percebendo que isso é um processo natural da vida, criado estrategicamente pra te ensinar a crescer e a viver sozinho, longe da sua família pra poder trilhar o seu caminho e seguir seu rumo. Mas nunca pensei que meu relacionamento com a minha irmã chegaria ao ponto de a cada minuto termos uma discussão por nada. Tudo bem que temos nossas diferença, mas não precisa disso.

O ponto auge de tudo isso foi quando - se preparem porque não contei isso pra ninguém. Na verdade só uma pessoa sabe, a Ingrid - tivemos uma briga e minha mãe me expulsou de casa. Sim senhores, minha amada mãe me expulsou de casa. Fiquei quase 3 meses fora de e só voltei porque minha mãe implorou quando viu a merda que tinha feito.
Tinha jurado pra mim mesmo que NUNCA iria perdoar a minha mãe, muito menos minha irmã. Mas como todos sabem, sou otário e acabo dando segundas chances a todos que me magoam profundamente.

Bastou isso acontecer, pra minha relação com a minha irmã nunca mais ser a mesma. Sério, sempre adorei ela, afinal de contas temos praticamente a mesma idade e passamos pelos piores momentos de nossas vidas junto, mas acho que nem isso foi o suficiente pra impedir que todo esse amor de irmandade acabasse. Sinceramente não faria diferença nenhuma se eu ficasse 1 ano inteiro sem falar com ela. Mesmo depois que desse 1 ano nos encontrássemos.
Relacionamentos são estabelecidos à base de confiança e a confiança é como um vidro, uma vez que quebrada nunca mais será a mesma.